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Mulheres, dados e justiça: o papel da estatística na construção da equidade de gênero

Mulheres, dados e justiça: o papel da estatística na construção da equidade de gênero

No mês dedicado às mulheres, a Casa Brasil IBGE SUDENE promoveu uma reflexão sobre o impacto dos dados estatísticos na formulação de políticas públicas para a equidade de gênero. Para discutir essa temática, a Promotora de Justiça, Dalva Cabral, compartilha sua experiência e visão sobre como as estatísticas do IBGE são necessárias para embasar iniciativas que combatam desigualdades e promovam direitos: o IBGE e a realidade feminina no Brasil. A base de dados do IBGE é um dos principais instrumentos para compreender as dinâmicas sociais e econômicas do país.

A Promotora de Justiça Dalva Cabral enfatiza que a análise desses dados pode orientar na atuação assertiva de várias instituições, dentre estas, do Ministério Público. “Os dados os quais acessamos repercutem diretamente na forma de trabalhar e na entrega que fazemos para a sociedade. Eles são essenciais para o direcionamento de cobranças junto aos gestores públicos, no tocante às necessárias políticas públicas”, destaca.

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Promotora de Justiça do Ministério Público, Dalva Cabral; Marcia Carneiro, IBGE; e Ludmila Calado, SUDENE

A equidade de gênero é um tema transversal, pois abrange diversas áreas, como violência doméstica, acesso ao mercado de trabalho, educação e saúde. Dados confiáveis e acessíveis, ou seja, a transparência e a acessibilidade das informações promovem um debate embasado. A Promotora ressalta a importância da especificidade dos dados para que as políticas sejam mais assertivas e adequadas à realidade. “Quanto mais detalhados forem os recortes estatísticos, mais qualificado será o trabalho realizado. Precisamos compreender as diferenças vivenciadas por mulheres em situação de rua, mulheres ciganas, indígenas, quilombolas, idosas, com deficiência e outras minorias vulnerabilizadas, para que possamos agir de forma eficaz”, explica.

Os dados levantados pelas pesquisas do IBGE têm um papel essencial na construção de uma sociedade justa. Eles auxiliam na elaboração de leis, na definição de orçamentos governamentais e na criação de programas sociais. No Ministério Público, é importante que essas informações cheguem anualmente, permitindo que os Promotores e Promotoras de Justiça cobrem medidas concretas dos órgãos públicos. “Os dados estatísticos iluminam a realidade das mulheres e são ferramentas indispensáveis para garantir direitos e mudar cenários de desigualdade”, destaca a Promotora. 

A luta pela equidade de gênero passa pela informação e pelo compromisso com a transformação social, e é aí que entra a importância da Casa Brasil IBGE SUDENE”, afirma Dalva Cabral. “Na vida, somos destacados pelos nossos esforços. Na mesma toada, na escola, concursos e trabalho em que se consideram a melhor nota ou produtividade. Portanto, que a mulher jamais se subestime em sua condição feminina, nem negligencie a si mesma."

“Este é um mês de reflexão sobre as lutas que já superamos e sobre aquelas que ainda estão por chegar. Estaremos, aqui, sempre à disposição da sociedade pernambucana”, conclui Dalva Cabral. No mês da mulher, a reflexão sobre o papel dos dados na formulação de políticas públicas é um convite para que sociedade civil e instituições atuem juntas na construção de um país mais igualitário e justo para todas as mulheres.

A segunda convidada para reflexão foi a Doutora Simone Andrade, presidente da Associação Brasileira de Mulheres na Carreira Jurídica (ABMCJ) de Pernambuco. Sua trajetória e dedicação à causa feminina são reconhecidas. “Os dados sociais e econômicos são fundamentais para identificar as necessidades da sociedade e promover políticas públicas que garantam a igualdade de oportunidades,” afirmou Simone, ressaltando a importância de um olhar atento às desigualdades regionais que ainda afetam as mulheres no campo jurídico.

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Dra. Simone Andrade, presidente da Associação Brasileira de Mulheres na Carreira Jurídica (ABMCJ) de Pernambuco, e Marcia Carneiro, representante da Casa Brasil IBGE SUDENE

Durante sua visita, Simone também enfatizou como os dados estatísticos e geocientíficos podem direcionar melhorias nas condições de vida das mulheres. A presidente também abordou o papel da ABMCJ na luta pelos direitos das mulheres: “Nossas palestras e eventos têm impactado positivamente comunidades, orientando mulheres sobre seus direitos e como acessar os serviços da Defensoria Pública.” Simone não hesitou em mencionar os desafios que as mulheres enfrentam na carreira jurídica. “As dinâmicas dessa profissão exigem comprometimento com causas sociais, além de remuneração justa. É um caminho que demanda resiliência e determinação.”

Com uma visão voltada para o futuro, Simone incentivou as novas gerações: “Devemos ocupar espaços de poder e lutar por salários iguais e oportunidades justas.” A presidente deixa uma mensagem final: “A saúde, segurança e bem-estar das mulheres devem ser prioridades em nosso desenvolvimento profissional.”

Assim, a visita à Casa Brasil não apenas homenageou as conquistas femininas, mas também reforçou a importância dos dados na luta pela equidade de gênero.